A dificuldade da dupla Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede Sustentabilidade) de deslanchar nas pesquisas de intenção de votos vem causando nervosismo crescente no comando da sua campanha nacional. Segundo o Globo, aliados de Campos encomendaram ao Ibope uma pesquisa nacional para avaliar a rejeição de Marina e sua capacidade de transferência de votos, seja como candidata a vice na chapa ou apenas como apoiadora do socialista. O objetivo é mensurar o que ocorreria com a candidatura de Campos se Marina voltasse atrás na decisão de ser sua vice por conta de alguma negociação de palanques regionais.
O foco da crise foi a decisão do diretório do PSB de São Paulo de aprovar, por unanimidade, uma coligação com o PSDB, apoiando a reeleição do governador Geraldo Alckmin. Desde que PSB e Rede resolveram se unir, em outubro passado, a candidatura própria no maior estado do país foi colocada como cláusula pétrea pelos marineiros. Por outro lado, apoiadores de Campos atribuem à ex-senadora dificuldades na formação de palanques competitivos em grandes estados. Para o diretor do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, apesar de ter um amplo capital político, Marina vem demonstrando pouca capacidade de transferência de voto como candidata a vice.
Na avaliação de Montenegro, já repetida por outros especialistas e articuladores políticos, o poder de transferência da Marina caiu muito desde a última eleição. Isso estaria sendo mostrado em todas as pesquisas e foi confirmado na última consulta do Datafolha, na qual, além da queda de quatro pontos de Campos (de 11% para 7% nas intenções de voto), 48% dos entrevistados disseram que não votariam no candidato indicado pela ex-senadora. O único cenário em que ela teria condição de mudar o jogo eleitoral, na opinião dos especialistas, seria aquele em que ela fosse candidata à Presidência. Nesse caso, poderia agregar mais votos que recebeu em 2010.
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