Há uma semana, a médica cubana Ramona Matos Rodriguez, de 51 anos, fugiu da cidade de Pacajá (PA), onde estava desde outubro trabalhando em um posto de saúde, e viajou para Brasília. Saiu de casa cedo, levando apenas uma pequena mala com roupas e toda a documentação necessária para comprovar o que o governo brasileiro sempre escondeu: o contrato diferenciado firmado com profissionais de Cuba para ingressarem no programa Mais Médicos, futura bandeira eleitoral de Dilma Rousseff. Enquanto todos os profissionais recebem 10.000 reais por mês, os cubanos têm salário de 400 dólares – cerca de 1.000 reais. Segundo ela, há uma promessa de que outros 600 dólares seriam depositados em uma conta bancária em Havana – o que Ramona diz não acreditar. Não demorou para ela ser alvo de ataques dos defensores do programa governista. O mais exaltado – e grosseiro – foi o deputado José Geraldo (PT-PA), que subiu à tribuna para acusar a médica de abusar do álcool e “levar um homem estranho” para casa. “Querem me desmoralizar para tirar o foco das denúncias do Mais Médicos”, disse Ramona ao site de VEJA. “Em Pacajá, não tinha liberdade para sair na rua”
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