“Um dos principais líderes quilombolas do estado de Pernambuco, José Carlos Lopes, o Zé Carlos do Castainho, de 58 anos, encontra-se há cerca de dois meses afastado de sua comunidade e vivendo sob a proteção do Programa de Defensores de Direitos Humanos do Estado. Presidente da Associação da comunidade Quilombola de Castainho, comunidade localizada a cerca de 5km do Centro de Garanhuns, o quilombola vem recebendo fortes ameaças de mortes em decorrência de sua luta pela demarcação do território quilombola onde vive desde que nasceu.
As ameaças são feitas por um dos proprietários não-quilombola, que não concordou com o valor da indenização e com a decisão judicial de ser retirado do território demarcado da comunidade. De acordo com José Carlos, as ameaças acontecem desde 2012, quando o INCRA, ao dar andamento ao processo de desintrusão, averiguou que o homem não tinha o registro do imóvel que se dizia proprietário e que por isso, não receberia a indenização esperada. Mesmo sendo oficialmente despejado da área, o proprietário ainda tem acesso cotidiano ao território de Castainho, o que aumenta ainda mais a insegurança das famílias quilombolas. José Carlos, no entanto, desde o dia 17 de março não pode ir à comunidade em que nasceu e se criou por causa das ameaças e ainda não há previsão de quando poderá retornar ao Quilombo.
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