Vinte anos depois da primeira conquista, o Sport chegou ao tricampeonato do Nordeste na noite desta quarta-feira (9) ao empatar em 1×1 com o Ceará na Arena Castelão, em Fortaleza. O título fez justiça a uma equipe que chegou a ser dada como desclassificada antes da hora. Renasceu das próprias cinzas e saiu derrubando seus adversários nos jogos decisivos. Nos três mata-matas – quartas, semifinais e final – o Sport não tomou um gol sequer dentro da Ilha do Retiro. O Nordestão também vale uma vaga na Copa Sul-Americana deste ano.
Apesar de, em tese, estar mais cauteloso, já que entrou com um meia no lugar de um atacante – Wendel em Ananias – o Sport não postou-se em seu campo defensivo à espera do Ceará para tentar os contra-ataques. Os pernambucanos marcaram no campo cearense para evitar que o trio ofensivo formado por Assisinho, Bill e Magno Alves pudesse criar problemas. Só quem tinha liberdade para trocar passes era a dupla de zaga Anderson e Sandro. Quando a bola chegava no setor dos volantes, quase sempre dois rubro-negros estavam em cima de dois alvinegros.
E o Ceará tentou fazer diferente. Assisinho tinha liberdade para cair pelos dois lados do campo. Coube ao lateral-esquerdo Renê fazer a marcação individual. Sempre bem marcado, o camisa 7 cearense só teve sua primeira boa chance num erro leonino em saída de bola, aos 14 minutos. Mas o chute foi fraco, nas mãos de Magrão.
Se ia bem na marcação, inclusive matando mesmo as jogadas com falta – sem violência – o Sport pecava no passe final. Quando tomava a bola, o Ceará não fazia tanta pressão para a recuperação, por isso, a equipe vermelha e rpeta conseguia trocar passes e chegar próxima a área. Mas a partir daí tropeçava nas próprias pernas. Fosse jogador de meio de campo ou lateral que estivesse com a bola a procura era sempre por Neto Baiano. O camisa 9 estava sempre acompanhado por dois adversários, o que tornava quase impossível dar sequência.
Sem conseguir progredir com a bola rolando, o Ceará chegou muito perto com ela parada. Aos 25, Rogerinho bateu falta raspando a trave direita de Magrão, que não teria tempo de chegar se fosse no lugar certo. Os pernambucanos responderam na mesma moeada cinco minutos depois numa das poucas vezes em que Neto Baiano não foi acionado. Ewerton Páscoa entou pela meia direita e chutou forte. A bola passou com muito perigo. No minuto seguinte foi a vez de Wendel chutar cruzado e Luís Carlos defender. O árbitro, no entanto, não assinalou o escanteio.
Quando estava em seu melhor momento na partida, os leoninos tomaram o gol. Souza surpreendeu e avançou pela lateral direita. Cruzou rasteiro e Magno Alves antecipou-se a Ewerton Páscoa para empurrar no canto esquerdo. Por muito pouco o mesmo Magno Alves não ampliou aos 45. Patric estava inteiro na jogada mas cortou mal, Ricardinho rolou para o artilheiro do Nordestão que mandou no mesmo canto onde fizera o gol. A bola tirou tinta, como se diz na linguagem do futebol.
A volta para o segundo tempo prometia ser a todo vapor por parte do Ceará. Só parecia porque o Sport tratou de jogar um balde de água fria mais rápido ainda. Num contra-ataque aos quatro minutos, Patric lançou Aílton. Ele entrou na área e quando driblava Luís Carlos foi derrubado pelo próprio. Neto Baiano foi para a cobrança e soltou uma bomba no meio do gol, marcando seu sexto gol na competição e fazendo o Ceará ter que marcar mais três vezes para tirar a taça da Ilha do Retiro.
Quando o Sport voltou para a etapa final, Wendel já estava no banco de reservas. Alegando cansaço, o jogador pediu para sair e foi substituído por Igor Fernandes. Dez minutos depois de levar o gol, Sérgio Soares acionou Tadeu no lugar de Souza. A mudança do adversário foi mais benéfica para o Sport. Sem seu principal articulador, o Ceará passou a jogar na bola longa, já que perdera seu principal articulador.
E com uma defesa bem postada, inclua aí também a cobertura, a bola dava a impressão de que batia numa parede e voltava. O jogo pelas laterais também não surtia efeito, pois Patric foi quase um terceiro zagueiro e Igor Fernandes dava o suporte a Renê. Aos 12 minutos, uma grande chance de virar. Aílton bateu escanteio e Ferron subiu sozinho. A cabeçada foi à esquerda, muito perto do gol.
O Ceará só conseguiu algum efeito de seu novo estilo de jogo aos 30 minutos. E chegou bem perto do 2×1. Tadeu, livre recebeu lançamento do meio de campo e ajeitou de cabeça para Magno Alves. Ele entrou na área mas Magrão fechou o ângulo o suficiente para a bola encontrar a trave e sair. Foi o último suspiro. O Sport recuou o time inteiro. Para se ter uma ideia, Neto Baiano posicionava-se como volante. Aos 31 minutos, o técnico leonino fechou a porta de vez ao tirar Felipe Azevedo e colocar o zagueiro Oswaldo. Foi só esperar o apito final.
Ficha do jogo:
Ceará: Luís Carlos; Samuel Xavier, Anderson, Sandro e Vicente; Amaral, Ricardinho (Rogerinho) e Souza (Tadeu); Assisinho (Leandro Brasília), Magno Alves e Bill. Técnico: Sérgio Soares.
Sport: Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Éwerton Páscoa (Rithely), Rodrigo Mancha, Wendel (Igor Fernandes) e Ailton; Felipe Azevedo (Oswaldo) e Neto Baiano. Técnico: Eduardo Baptista.
Sport: Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Éwerton Páscoa (Rithely), Rodrigo Mancha, Wendel (Igor Fernandes) e Ailton; Felipe Azevedo (Oswaldo) e Neto Baiano. Técnico: Eduardo Baptista.
Local: Arena Castelão, em Fortaleza-CE. Árbitro: Jaílson Macedo Freitas (BA). Assistentes: Adson Márcio Lopes (BA) e Ailton Farias da Silva (SE). Gols: Magno Alves, aos 42 do primeiro tempo. Neto Baiano, aos seis do segundo. Cartões amarelos: Leandro Brasília, Luís Carlos, Bill, Magrão e Neto Baiano. Público: 61.280.
Nenhum comentário:
Postar um comentário